terça-feira, 26 de junho de 2012

Capítulo 12 - Inversão de acordes

Nos últimos posts falamos de acordes básicos: maiores, menores, sétima maior e sétima menor. Mostramos a formação de cada um deles, conforme segue nas tabelas abaixo:

Mapa de acordes maiores e menores
Acordes maiores e menores
Mapa de acordes com sétima
Acordes com sétima




Veja que o acorde de Cm (dó menor) por exemplo, é formado por C Eb G. Com a Inversão de Acordes você pode fazer tais notas na sequência desejada de forma que facilite tocar uma música sem precisar movimentar muito as mãos. Por exemplo: Se Cm é C Eb G, então Eb G C também será Cm. Veja abaixo:


Foto acorde dó menor
Foto acorde dó menor

Foto acorde dó menor com inversão
Foto acorde dó menor com inversão

Veja nas figuras acima que o mesmo Cm (dó menor) está representado, e se tocado nos dois formatos tem o mesmo som. Experimente! Não está nas figuras acima mas a inversão G C Eb também é um Cm. Ou seja, para cada acorde formado por 3 notas, temos o acorde original e mais 2 inversões. Para acordes com 4 notas, temos o acorde original e 3 inversões possíveis. 

Como exercício, faça as inversões possíveis para todos os acordes maiores e menores. Depois de ter a tabela de inversões montada, exercite e comece a utilizar as inversões e você verá como facilita a execução de uma música.

Até o próximo post.


Capítulo 11 - Ritmo II

Olá! Se você está conhecendo o blog neste momento, escrevemos sobre música e estudos musicais. Se quiser descobrir a sequência da conversa, sugiro voltar um pouco nos demais capítulos da série para ver o que comentamos. Se você for alguém mais experiente na música, possivelmente irá passar rapidamente pelos textos, caso contrário, deve ter alguma coisa que lhe interesse por lá. Vai ver!

No último post falamos de ritmo. E como ritmo é algo que a gente vai descobrir com o tempo e naturalmente, não adianta apressar. Continue seus estudos, utilize músicas do seu interesse para acompanhar. A internet está repleta de cifras das mais variadas músicas e estilos musicais. Nada melhor do que juntar o que você gosta com o que você está aprendendo.

Ainda sobre ritmo, no capítulo 8 colocamos a cifra de uma música de Dominguinhos em um formato bem simplificado para facilitar o aprendizado. Utilizar músicas com letras é um experimento interessante porque permite você perceber as variações e momentos de mudanças de acordes e tons dentro do andamento da música. No vídeo abaixo mostro como deve ficar o estudo apenas com a mão direita. Veja os acordes e os momentos de mudança. Se você consegue cantar junto, melhor ainda.



Pratique até ficar melhor que o vídeo postado. Coloco abaixo a cifra novamente e os acordes a serem utilizados para relembrá-lo.

Cifra música - Eu só quero um xodó - Dominguinhos

Mapa de acordes maiores e menores


 No próximo post falaremos sobre inversões de acordes, uma técnica que facilita bastante a forma de tocar. Perceba que no vídeo utilizamos os acordes em suas formações originais. Até lá.



sábado, 23 de junho de 2012

Capítulo 10 - Ritmo

Olá! Se você está conhecendo o blog neste momento, escrevemos sobre música e estudos musicais aplicados a sanfona/acordeon. Se quiser descobrir a sequência da conversa, sugiro voltar um pouco nos outros capítulos da série para ver o que comentamos. Se você for alguém mais experiente na música, possivelmente irá passar rapidamente pelos textos, caso contrário, deve ter alguma coisa que lhe interesse por lá. Vai ver!

Vamos falar um pouco mais sobre ritmo musical neste post. Entre os dois assuntos mais "complicados" da música, o ritmo é um deles, na minha percepção. Mas mesmo assim, a gente dá um jeito de passar de uma forma mais fácil. Se não chegarmos lá, me manda email, sinal de fumaça, comenta aí, faz qualquer coisa que a gente vai colocando mais informações para você conseguir superar essa parte. Espero conseguir fazer alguns vídeos sobre o assunto, mas por enquanto acho que o texto ainda está suprindo legal. Vamos ver.

A música está muito ligada ao tempo. Se formos tentar fazer uma definição mais técnica da música poderíamos dizer que é um conjunto de notas tocadas nos tempos corretos. Algumas delas com letras outras inteiramente instrumentais. Mas imagina aí como seria ensinar música dizendo assim: A música ABC tem uma duração de 3min. No 2seg você toca C, no segundo 7 você toca E e assim por diante. Seria bem complicado escrever uma música assim, não seria? Além da dificuldade de escrever a gente teria dificuldade de executar, percebeu por quê? Como você saberia que chegamos nos 2seg, e no 7seg e assim por diante? Temos um relógio perfeito na cabeça? Essa linguagem é mais fácil para computadores, não para seres humanos. Por isso que discutimos sobre ritmo e contagem.

Então a essa altura você já deve ter treinado um pouco as contagens com o seu metrônomo. Já exercitou um pouco a temporização, mas lembre-se, esse é um trabalho contínuo, não deve parar até que você "perceba". No capítulo anterior comentamos sobre o seguinte exercício. Com o metrônomo em funcionamento, conte junto com ele, 1, 2, 3, 4, toque o acorde C, 1, 2, 3, 4, toque o acorde G e assim continue nessa repetição. Não precisa "perceber" no primeiro dia, apenas vá praticando.

Por que estou falando sempre de metrônomo? Porque ele é um ótimo relógio e nos dá cadência para estudar. É fundamental para qualquer estudante iniciante em música. Agora vamos fazer o seguinte. Com o seu metrônomo em funcionamento, para cada tick do metrônomo toque uma nota. Se estiver muito rápido, diminua a velocidade para uma velocidade que fique confortável para você, ou o contrário. Toque as seguintes notas nesta sequência, no caso teclado do seu acordeon. O - considere uma pausa. No tick do metrônomo não toque nada neste momento. Segue a música:

C D E G G E F F - C D E G G F E

Alguma semelhança com alguma música que você conheça? Se percebeu, parabéns! É o início da música Asa Branca. Treine isso aí e você estará dando mais um passo atrás da percepção rítmica. Novamente, toque as notas no momento dos ticks do metrônomo. Não esqueça, não é a velocidade que importa. Aumente-a a medida que você estiver confortável com a velocidade atual.

Quando estiver confortável com as notas vamos tentar o seguinte, na primeira linha temos as notas a serem tocadas no teclado, que para este caso vou repetir a melodia acima, na segunda linha os acordes, que deverão ser tocados com a mão esquerda.

C D E G G E F F - C D E G G F E E
    C       F         C   G   C         

Exercite-se com esta pequena melodia. O objetivo aqui é treinar um pouco mais nosso "relógio biológico" assim como ajudá-lo a perceber a mudança de notas e acordes. Atente-se ao tick do metrônomo.

Até o próximo post.

Capítulo 9 - Filosofando sobre o ritmo musical

Bem, agora que aprendemos sobre as notas musicais, sobre os acordes básicos, onde se encontram cada um destes no seu instrumento e depois de você ter praticado um pouco para estar familiarizado com estes assuntos, vamos a mais um tópico: ritmo.

Acho que a parte rítmica é uma das coisas mais difíceis de aprender em música. A outra coisa seria estar com o ouvido bem treinado para reconhecer bem os sons. Essa segunda parte falaremos em outro tópico. O que diz respeito a notas, acordes e essa parte teórica, isso você aprenderá rápido, com um pouco de dedicação, claro. No entanto, o ritmo é algo que tem que "cair a ficha", é uma parte da música que você terá que "perceber naturalmente".

A música possui um sincronismo, um andamento, uma cadência, um ritmo. O que quero dizer com isso? A música tem uma temporização. Por exemplo, como não somos um relógio perfeito, tente fazer o seguinte experimento. Conte 1, 2, 3 compassadamente, ou seja, entre cada número o mesmo espaço de tempo. Como falei, não somos um relógio perfeito, mas os músicos precisam treinar esse "relógio biológico" de forma a se tornar cada vez mais constante. O metrônomo é uma ótima ferramenta para lhe ajudar nesse treinamento.

Tente o seguinte como outra forma de exercício. Pegue um metrônomo, e coloque-o para contar. Existem até metrônomos disponíveis na própria internet, então nem precisará comprá-lo, se não quiser. Ouça seu tick-tack. Utilizando apenas o C (dó maior) e o G (sol maior) conte 1, 2, 3, 4 na cadência do tick-tack do seu metrônomo. Quando chegar em 4 mude de um para o outro acorde.

1, 2, 3, 4, comece em C, 1, 2, 3, 4, mude para G, 1, 2, 3, 4, mude para C... e assim por diante. Depois tente fazer na mesma cadência 1, 2, comece em C, 1, 2, mude para G, 1, 2, mude para C... e assim continua. Lembre-se, siga a cadência da contagem do seu metrônomo. Se achar que está muito rápido, diminua a velocidade, ou o contrário. Aliás, a velocidade não importa muito neste momento, o importante é que siga a batida do metrônomo.

Com esse tipo de treinamento você começará a ajustar o seu relógio interno que comentei, e começará a perceber que as músicas seguem algumas dessas contagens. Algumas músicas seguem a contagem 1, 2, 3, 4, muda de acorde, 1, 2, 3, 4, muda de acorde. Outras músicas seguem 1, 2, muda de acorde, 1, 2, muda de acorde. Perceba isso! Essa é uma das principais lições da música, e na minha avaliação uma das coisas mais difíceis de perceber. Passada essa fase você verá que as coisas fluirão mais facilmente.

Por enquanto, fique nesse treinamento. Ainda não é um material extensivo sobre ritmo, mas é o primeiro passo. Tente perceber estas contagens acontecendo nas músicas. Preste atenção na cadência e na temporização musical.

Vamos falar muito mais sobre o assunto nos próximos posts. Até lá!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Review: Eagle Classic Series EGA 07120

A Eagle Classic Series EGA 07120 é uma sanfona de 120 baixos, 41 teclas e 7 registros. Você pode conferir uma foto.

foto sanfona Eagle Classic Series EGA 07120
Eagle Classic EGA 07120

A EGA 07120 é uma sanfona que pesa em torno de 12Kg, logo é uma sanfona pesada. Por ter um tamanho grande, quando você estiver utilizando-a perceberá que é difícil enxergar que botões ou teclas tocará, dificultando o aprendizado. Consegui adquirir este modelo, de segunda mão, pelo valor de R$ 1.700,00 (referência abr/2012). Uma nova custava em torno de R$ 2.700,00 naquele mesmo período.

As teclas são macias, facilitando a digitação. O fole tem uma pressão boa, e pelo próprio peso da sanfona facilita sua abertura e seu fechamento. No entanto considero os botões dos baixos razoavelmente duros de serem pressionados e barulhentos, gerando certa dificuldade inicialmente, mas algo superável. Imagino que sanfonas mais caras tenham estas características mais bem elaboradas.

Estou satisfeito com a sonoridade da sanfona, e com 7 registros disponíveis, é possível ter uma variação interessante de timbres.

Pelo peso da sanfona, rapidamente você irá querer sentar para tocar. Aconselho colocar uma alça vertical de costas para diminuir um pouco a tensão e aumentar o conforto. Acho que sanfonas mais caras devem pesar em torno de 8Kg, o que é deve ser uma maravilha comparados com 12Kg.

O teclado possui 41 teclas, o que dá mais quase 3 oitavas e meia, uma extensão razoável para tocar vários tipos de músicas. Com os 120 baixos é possível encontrar os acordes mais necessários na maioria das músicas, assim como uma coluna de acordes diminutos para dar mais opções ao músico.

Conclusão


Dadas as características da sanfona Eagle Classic Series EGA 07120, não considero uma boa opção para iniciar os estudos, principalmente pelo fator peso e tamanho. Para quem não está acostumado, pegar 12Kg nas costas é algo que você vai conseguir passar aproximadamente meia-hora em pé sem sentir desconforto, depois disso você irá querer encontrar a cadeira mais próxima para sentar. E pelo tamanho, pelo fato de ser difícil de enxergar o que está sendo feito, complicando o aprendizado. Assim, acho que sanfonas com 80 baixos são mais ideais para começar os estudos.

Por outro lado, as sanfonas de 80 baixos possuem a coluna de acordes diminutos suprimida, ou seja, em algum momento você irá precisar deles. Neste momento possivelmente começará a sentir necessidade de comprar outra sanfona.

Enfim, estão aí minhas opiniões. Adoraria saber outras opiniões sobre outras sanfonas também.

Até a próxima.

O Acordeon/Sanfona

Falamos um pouco de teoria musical nos últimos capítulos, vamos tomar um tempo agora para falar um pouco do instrumento propriamente dito.

Primeiramente, qual o nome certo? Acordeon, sanfona ou gaita? Fala-se que a sanfona de verdade era aquela de oito baixos e que ao invés de teclado eram botões. No entanto, com o passar do tempo acabou que acordeon, sanfona e gaita viraram o nome para a mesma coisa, apenas regionalizado. Sanfona é mais conhecida no nordeste, gaita no sul, e assim por diante. Para este blog, adotaremos a nomenclatura acordeon ou sanfona.

A sanfona é composta por um teclado e baixos separados pelo fole. O fole é aquela parte "sanfonada" que faz com que o ar movimente-se dentro do instrumento gerando o som. Portanto, na sanfona só há som se houver movimento do fole. Faça esse experimento. Toque um tecla sem movimentar o fole e você verá que não sairá som algum. A regra vale tanto para os baixos quanto para o teclado.

O movimento do fole também regula o "volume" do som emitido. Uma pressão mais forte no fole fará com que a nota seja mais alta, mais forte. Os músicos se utilizam dessa técnica para dar ênfase e brilho em algumas partes de suas músicas. Tente perceber isso.

Algumas sanfonas possuem alguns outros botões próximos ao teclado que são responsáveis por alterar a sonoridade do som. Experimente apertar cada um dos registros e perceba a diferença dos sons. Os registros podem varia de nenhum até sanfonas que possuem mais de 10 registros. Alguns modelos também possuem esses registros próximos aos baixos, e servem para alterar a sonoridade dos baixos. Os acordeonistas utilizam-se destes vários sons para dar mais beleza as suas músicas, aproveitando as várias sonoridades existentes.

Existe um outro modelo de instrumento que utiliza-se do fole e da mesma mecânica em relação ao ar que a sanfona utiliza e são conhecidas por gaita-ponto, gaita de botões, dentre outros nomes. É basicamente a mesma coisa da sanfona, no entanto o teclado é substituído por um conjunto de botões, daí o nome.

O teclado da sanfona tem as notas posicionadas semelhante a um teclado de piano. Quanto aos baixos, para uma sanfona de 120 baixos que possui 6 colunas de botões, temos a seguinte divisão:
  • Coluna 1: notas
  • Coluna 2: notas
  • Coluna 3: acordes maiores
  • Coluna 4: acordes menores
  • Coluna 5: acordes com sétima
  • Coluna 6: acordes diminutos (para sanfonas com um número menor de baixos, normalmente esta coluna 6 estará suprimida).
As várias marcas e modelos encontradas no mercado variam bastante em relação a peso, sonoridade, número de teclas, número de baixos e número de registros. A depender da sanfona, poderá chegar a valores como R$ 30.000,00. Você consegue encontrar sanfonas de 120 baixos (modelos mais simples) entre R$ 1.500,00 e R$ 3.000,00, o que a torna um instrumento não muito barato para adquirir.

Nos próximos post farei um review da sanfona que comprei para meus estudos, poderá ajudar na sua escolha.

Até a próxima...

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Capítulo 8 - O que são as cifras?

Na internet você encontrará vários sites que contém a letra e os acordes das músicas - cifras. Para o seu estudo ficar mais interessante é sempre bom juntar com a prática e ver como está indo seu progresso. 

As cifras tem mais ou menos esse formato mostrado abaixo.

Cifra música - Eu só quero um xodó - Dominguinhos

Basicamente elas mostram em que momento acontecem a mudança de acordes no decorrer da música. A música acima, Eu só quero um xodó (Dominguinhos), por exemplo, é uma versão bem simplificada desta linda canção que você poderá começar seus estudos. É apenas uma sugestão. Se preferir, procure por outras canções de sua preferência. O importante é juntar um pouco de prática a teoria, tornando o aprendizado mais interessante.

Bem, claro que no início recomendo que você pegue cifras de músicas simples, com pouca variação de acordes e vá evoluindo conforme você achar que está melhorando. Inicie primeiramente pelo teclado, depois que se sentir seguro com a mudança de acordes, tente fazer em conjunto com os baixos. Não se preocupe muito com a beleza, nem com o ritmo, apenas faça. Nos próximos posts falaremos mais destes assuntos.

Lembre-se, tudo é uma progressão. Não precisa acelerar o passo. Curta cada música e a medida que você for explorando cada uma delas você irá ganhando segurança naturalmente.

Até o próximo post...

Capítulo 7 - A matemática da música II

No capítulo anterior falamos dos acordes maiores e menores. Mostramos que a fórmula de cada um deles é:
  • Acordes maiores: 1 + 4 + 3, onde (1) é a própria nota, (4) são 4 notas a frente, (3) são 3 notas a frente da nota anterior.
  • Acordes menores: 1 + 3 + 4, onde (1) é a própria nota, (3) são 3 notas a frente, (4) são 4 notas a frente da nota anterior. 

Se não lembra exatamente, confere lá no capítulo 6.

Para este post falaremos dos acordes com sétima, que são tétrades, ou seja, formados por 4 notas e tem a formação: (acorde maior/menor) + 3.

É fácil notar então que os acordes menores ou maiores possuem sétima, então a fórmula seria a própria forma do acorde + 3 notas a frente da última nota. Por exemplo:
  • Acordes maiores com sétima. 
    • C7 (dó maior com sétima) = (1 + 4 + 3) + 3. 
    • Sendo assim temos: C7 = C E G Bb
  • Acordes menores com sétima. 
    • Cm7 (dó menor com sétima) = (1 + 3 + 4) + 3. 
    • Sendo assim temos: Cm7 = C Eb G Bb
Mostrei o exemplo de dois acordes o C7 e o Cm7. Como no capítulo anterior, sugiro que faça uma tabelinha com todos os acordes com sétima e veja se fica assim:

Mapa de acordes com sétima
Mapa de acordes com sétima

Exercite cada acorde, memorize as notas e execute no teclado do acordeon todos eles. Faça isso até sentir-se confortável com cada posição. Perceba que nos baixos do acordeon a coluna 5 são os acordes maiores com sétima. Não temos nenhuma coluna com os acordes menores com sétima.

Exercite também os acordes maiores com sétima nos baixos e encontrando cada um no teclado e vice-versa.

Pronto, agora você já está sabendo 48 acordes diferentes e que formam os acordes básicos para a linguagem musical. Com esse conhecimento você já conseguirá tocar muitas das canções existentes atualmente.

Como comentei anteriormente, o ritmo é uma parte muito importante da música, vamos discutir melhor sobre ele nos próximos capítulos. Até aqui atenha-se a conhecer o seu instrumento e descobrir onde cada coisa está. 

O mesmo conhecimento se aplica para você que toca algum outro instrumento, como violão, cavaquinho, sax, por exemplo.

Até o próximo post...

Capítulo 6 - A matemática da música

No capítulo anterior iniciamos nossa conversa sobre acordes. Falamos que inicialmente teríamos que aprender 48 deles, o que parece um número bem alto, mas na verdade é algo simples e que rapidamente você ganhará fluência no assunto.

Você já deve ter ouvido falar que música está muito relacionada a matemática. Vou mostrar agora um ponto em comum entre elas, o que chamo da "Matemática da Música". Os acordes possuem algumas subdivisões, como por exemplo tríades e tétrades, que são acordes com 3 e com 4 notas, respectivamente. Os acordes maiores e menores são tríades, e os acordes com sétima são tétrades. Então vamos a matemática.

Para os acordes maiores, que são tríades, ou seja, formados por 3 notas temos a seguinte fórmula: 1 + 4 + 3.
O que significa isso? O acorde C (dó maior), formado por três notas seria: C (1) + E (4) + G (3). Vamos recordar. Lá no capítulo 1 mostramos a sequência das notas. Vou colocar abaixo novamente para facilitar.

 
Então acompanhe, o acorde de dó maior (C) seria o próprio C, 4 notas para frente temos o E, e 3 notas para frente do E temos o G. Logo:

C (dó maior) = C E G

Vou fazer um outro exemplo. Quais seriam as 3 notas do F# maior?

O próprio F#, 4 notas para frente do F# temos o Bb, e 3 notas para frente do Bb temos o C#. Logo:

F# (fá sustenido maior) = F# Bb C#


Conseguiu entender? É só contar seguindo a tabelinha acima. Então, se você utiliza as 3 notas de uma vez você estará executando o acorde correspondente. É simples, no entanto, inicialmente e de forma óbvia, você terá que pensar nessas contas. Com o passar do tempo você saberá todos os acordes maiores de cabeça.

E para os acordes menores? A fórmula seria: 1 + 3 + 4, e seguindo o mesmo raciocínio. Assim, Cm (dó menor) seria: O próprio C, 3 notas para frente temos o Eb, e 4 notas para frente do Eb temos o G. Logo:

Cm (dó menor) = C Eb G


Como exercício, tente fazer os acordes maiores e menores em uma tabela, e veja se você chega a seguinte:

Mapa de acordes maiores e menores
Mapa de acordes maiores e menores
Exercite bem os acordes! Primeiramente, estude quais notas formam cada um deles e depois, no teclado da sua sanfona tente fazer cada um deles. Toque as 3 notas simultaneamente e escute o som. Quando estiver dominando bem o teclado, lembra que falamos que uma das colunas dos baixos são os acordes maiores, e outra são os acordes menores, mais precisamente a coluna 3 (acordes maiores) e a coluna 4 (acordes menores). Tente achar cada um deles e se familiarizar com sua posição.

Depois misture um pouco. Toque um baixo da coluna 3 (acorde maior) e faça o respectivo acorde no teclado. Perceba que os sons são idênticos. Misture estes exercícios o tempo que achar necessário.

Lembre-se:

  • Acordes maiores: 1 + 4 + 3
  • Acordes menores: 1 + 3 + 4
Só passe para os próximos capítulos quando você achar que está confortável com os conhecimentos deste post. Como desafio, memorizar cada um dos acordes demonstrados aqui.

Ah, antes que esqueça, essa "teoria" serve para qualquer instrumento musical, seja um teclado, seja um piano, seja um violão, cavaquinho, sax, qualquer um. Em qualquer um deles os acordes são esses. Claro que a mecânica de cada instrumento muda um pouco, mas por baixo dos panos o que está acontecendo é isso. Em algum outro momento vou escrever sobre esse tema para você perceber o que estou falando.

No próximo post falaremos dos acordes com sétima.

Até lá...



Capítulo 5 - Acordes (definições)

Falamos em notas musicais e já citamos o nome acordes nos capítulos anteriores, mas o que são esses acordes?
De forma rápida, um acorde é um conjunto de 3 ou mais notas tocadas em conjunto.
Essa é uma definição simples, mas para quem está começando não responde exatamente para que servem, por que existem acordes. Talvez, com o tempo você perceba que as músicas quando tocadas apenas utilizando-se de uma nota por vez elas são "vazias", "sem preenchimento", "sem beleza" talvez. Então acho que é possível dizer que os acordes preenchem os espaços das músicas, eles as tornam mais belas, dão a sensação de que a música está completa.

No geral, as músicas são formadas por uma linha principal, que normalmente, é aquilo que conseguimos cantarolar. Além da linha principal temos todo o acompanhamento, que é muito influenciado por acordes. Enfim, acho que essa é a melhor conceituação teórica do assunto que consigo ter no momento. Deixo aberto a discussão para os que quiserem contribuir.

Os acordes possuem uma divisão, e cada uma das 12 notas fundamentais possuem seus acordes. A divisão dos acordes é grande, no entanto para começar o assunto vamos focar nas 3 divisões básicas:
  • Acordes maiores. Representados pela letra da nota apenas. C (dó maior), E (mi maior) e assim por diante.
  • Acordes menores. Representados pela letra da nota seguida de um "m" minúsculo. Cm (dó menor), Bm (si menor), F#m (fá sustenido menor) e assim por diante.
  • Acordes maiores com sétima e acordes menores com sétima. Representados com um "7" após o acorde. C7 (dó maior com sétima), Ebm7 (mi bemol menor com sétima), Fm7 (fá menor com sétima), G7 (sol maior com sétima), F#7 (fá sustenido maior com sétima) e assim por diante.
Por enquanto vamos conversar apenas sobre estas divisões de acordes básicos. Se fizermos uma conta rápida temos 12 notas fundamentais, e cada uma com 4 acordes básicos (maiores, menores, maiores com sétima e menores com sétima), se não fiz as contas erradas, teremos 48 acordes para aprender. Como pode?!?! Difícil!!! Calma. Vamos continuar com calma. Mais a frente esses já estarão tão treinados que você vai querer aprender mais.

Vamos aos detalhes no próximo capítulo.

Até lá...




Todo mundo consegue aprender música?

Sempre me questionei se toda pessoa consegue aprender música. Estou no processo de aprendizado também, passando informações que tenho aprendido com os meus estudos, mas com certeza, é algo que vem com o tempo e com a disciplina. Tendo estes dois ingredientes, acho que conseguimos aprender qualquer coisa e em qualquer idade.

No entanto, a música tem algumas peculiaridades. Perceba o seguinte, você consegue assoviar ou cantarolar uma música enquanto ela toca no rádio? Você consegue dançar? Se respondeu sim para algumas destas perguntas, você já tem uma grande facilidade em aprender um instrumento, e sabe por quê? Porque você já tem, mesmo que seja inconscientemente, idéia de ritmo e uma ouvido treinado para perceber afinações e tempos. Consegue perceber quando alguém está cantando "desafinado"? Pois bem, esse é mais um sinal de que você aprenderá música com mais facilidade.

Se você não consegue fazer essas coisas que comentei, não se preocupe também. Você terá talvez um pouco mais de dificuldade em despertar, mas com certeza, é algo que o treinamento resolverá. E para quê pressa? A música tem que ser curtida, tem que ser gostosa, tem que ser um passeio divertido, senão de que vale o aprendizado? Você ao menos tem vontade de aprender? Então existe uma forma de ensinar, existe um método, existe uma maneira de fazer você se apaixonar pela música... é só uma questão de jeito.

Pense nisso.

Até a próxima.

Capítulo 4 - Exercícios (Asa Branca)

Quando vamos tocar a primeira música? É, essa é uma angústia que também sinto. Quero passar a tocar alguma coisa logo. Estes exercícios são meio chatos de ficar repetindo. Concordo! Bem, nada melhor do que misturar um exercício com uma música então. Se você achar que já está confortável, o que depende de pessoa para pessoa, tente o seguinte.

A música é Asa Branca. É uma música bem simples e já anima um pouco a continuar nos estudos. Se as notas que deverão ser tocadas no teclado. Por enquanto vamos fazer sem baixos (mão esquerda). Coloquei a letra e as notas a serem tocadas para tentar dar uma idéia de tempo.


C      D      E     G    G    E    F    F
Quan / do / olhei / a / ter/ ra / ar / dendo
C       D     E     G    G     F      E
Qual / fo / guei / ra  / de / São / João


C     C     D     E    G    G   F       E    C     F
Eu / per / gun / te / ei / a / Deus  / do / céu / ai
 E     E     D    D     E     D    D   C    C
Por / quê / ta / ma / nha / ju / di / a / ção





O resto da música segue semelhante. Tente estudar com calma e verificar o tempo de cada nota, principalmente. Aliás, tempo/ritmo é a coisa mais difícil de aprender em música, nesse começo. Quando você superar essa barreira verá que as coisas fluirão com mais tranquilidade, na minha avaliação. E sabe porque digo isso? Porque saber que nota tocar é fácil. Está aí em cima, por exemplo. Coloquei todas as notas a serem tocadas. Agora, saber o quanto tocar cada nota, quando mudar a nota, essas são coisas que virão com um pouco mais de treino no instrumento e treino do seu ouvido, da sua audição. Mas não desanime, faz parte do aprendizado. Também senti isso, mas considero que já superei esse degrau.

Segue o áudio para lhe ajudar nos seus estudos.
Exercício - Asa Branca

Até a próxima.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Capítulo 3 - Notas no baixo

No post passado falamos sobre as notas e onde se encontram no teclado. É importante que você saiba a disposição para facilitar os estudos. Como qualquer outra coisa que você queira aprender na vida, a música também é algo gradual. Não precisa ter pressa, tome o tempo que você achar necessário, mas não acumule os assuntos, ou achará a linguagem musical difícil de aprender.

Aprendemos como é a disposição das notas no teclado. Agora veremos como é a disposição das notas musicais nos baixos. Considerando uma sanfona de 120 baixos, temos 6 colunas de botões. Se o seu tem menos baixo, você deve ter 5 colunas de botões.

A coluna de botões mais a direita, a mais próxima da correia, chamaremos de coluna 6. Caminhando para a esquerda, teremos a 5, 4... até a primeira coluna. Para as sanfonas com menos de 120 baixos, a coluna 6 é suprimida.

Temos o seguinte:
  • Coluna 1: Notas fundamentais
  • Coluna 2: Notas fundamentais
  • Coluna 3: Acordes maiores
  • Coluna 4: Acordes menores
  • Coluna 5: Acordes com sétima
  • Coluna 6: Acordes diminutos
Veja figura abaixo. Da esquerda para direita temos as colunas 1 a 6.

Baixos da sanfona/acordeon
Baixos da sanfona/acordeon


Ué, mas na figura não temos 120 baixos!!! Não temos, mas assim como o teclado tem repetições, os baixos também. Esse padrão mostrado se repete nos baixos tanto para cima quanto para baixo. Um exemplo, na C2 (coluna 2) depois do B (mi)  mostrado na figura temos que nota? O E (mi), pois o padrão vai se repetir novamente. É como se eu colasse novamente esse padrão abaixo e acima.

Muito bem. Antes de explicar o por quê dessa disposição e etc, e já deixar você chateado porque não está entendendo, atenha-se a decorar o padrão nos dois sentidos, tanto para baixo quanto para cima, antes mesmo de pegar na sanfona. Não é difícil! Faça assim e você vai ver que as coisas vão se encaixando e ficando mais fácil.

Como encontrar os botões na sanfona?


Agora, já entendi a disposição e já tenho as notas decoradas na cabeça, como achar quem é quem? Você perceberá que na coluna 2, alguns botões tem uma marcação em alto relevo diferenciados dos demais botões. São 3 botões para ser exato. Achou?! Muito bem! Perceba ainda que desses 3, 2 deles tem uma marcação ainda um pouco diferente de um deles. Esse botão com marcação única e diferente dos outros dois é o C (dó). Você vai perceber que ele não está nem muito na parte de baixo dos baixos, nem muito acima nos baixos. Ele vai estar mais ou menos no meio.

Exercício


Agora, sabendo onde encontra-se cada coisa, treine o seguinte exercício. Toque uma nota no teclado, e descubra a mesma nota na coluna 2.  Faça o mesmo para coluna 1. Depois faça o inverso. Tente tocar no baixo e encontrar a nota correspondente no teclado. Treine o quanto achar necessário. Por enquanto, nosso interesse é só saber onde está cada coisa, seja no teclado, seja nos baixos. O quanto melhor você fizer esse exercício, quando formos falar em músicas, você não ficará se batendo muito para achar cada nota que precisará tocar, o que poderá desmotivar um pouco. Mas vamos em frente! Tudo é uma questão de treino apenas. Como falei no começo, a coisa tem que ser gradual, passo-a-passo.


Por enquanto, esta é a lição de casa para este capítulo. Até a próxima. :-)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Capítulo 2 - Notas

Depois de aprender as notas e a sequência entre elas, vamos ver como funciona e onde você encontra cada uma delas no instrumento.

A sanfona é composta por um teclado (mão direita) e um conjunto de botões ou baixaria, como é conhecido também, que fica na mão esquerda. Falando do teclado temos o seguinte:

Teclado


O teclado da sanfona ou mesmo de um piano é composto por um conjunto de teclas (brancas e pretas). As teclas repetem um determinado padrão, que se você juntou as peças, deve ter percebido que de 12 em 12 o padrão se repete. Veja que as teclas pretas estão dispostas de forma que temos 2 juntas, depois 3 juntas, depois 2 juntas, depois 3 juntas e assim por diante. Perceba o que estou falando no teclado da figura acima.

Muito bem! Agora vamos encontrar cada nota. Veja a figura abaixo.



Ache um C (dó). Veja que eles estão sempre abaixo de uma tecla preta que aparece no padrão de 2 pretas juntas. A partir do C (tecla branca) subindo para tecla preta temos um C#, e seguindo as teclas, perceba que a sequência é exatamente aquela mostrada no post anterior (Capítulo 1).

No piano, se você toca as notas no sentido esquerda para direita, você perceberá que as notas irão ficar mais agudas. No outro sentido (direita para esquerda), as notas ficarão mais graves. Na sanfona, a lógica é: de cima para baixo, as notas ficam mais agudas. De baixo para cima, mais graves. Por exemplo, encontre um C no teclado da sanfona. Encontre um outro C mais abaixo no teclado. Ambos são a mesma nota, no caso C (dó), no entanto uma delas é mais aguda que a outra. Essa lógica funciona para todo o teclado e para qualquer nota.

Agora pratique e aprenda todas as 12 notas existentes de forma que você consiga achar rapidamente qualquer uma delas. Faça isso até ficar confortável com o posicionamento das notas no teclado. Precisaremos disso mais a frente.

Até a próxima.

Capítulo 1 - Notas

Vamos falar primeiramente das notas musicais, quais são e qual a nomenclatura utilizada. Essa parte não exige necessariamente um instrumento, até é melhor que seja um decorada, aprendida, internalizada, seja lá como queira chamar.

Aprendendo a nomenclatura das notas:

Notas musicais



O dó é conhecido como C em partituras e tablaturas, e assim por diante, conforme figura ao lado. É importante ter estas informações na cabeça pois muitos materiais de música referem-se as notas com esta nomenclatura.






Depois de aprender a figura acima, é importante aprender a sequência das notas musicais. Veja figura abaixo:

Sequência das notas musicais
A figura representa todas as notas musicais existentes. Ué, e são 12 notas fundamentais? Isso mesmo, são 12 notas. Começando do Dó (C) inicial, seguimos para o Dó sustenido (C#), e assim por diante. Leia # (sustenido) e b (bemol), ex.: Ab seria Lá bemol.

Desenhei as notas em um ciclo para representar exatamente isso, as notas são cíclicas, ou seja, em qualquer instrumento musical esse conjunto de 12 notas se repetirão. No caso da sanfona (42 teclas, por exemplo), as 12 notas se repetirão várias vezes dentro do teclado. Vamos visualizar melhor isso em um próximo post, por enquanto, atenha-se a aprender a sequência.

Entre uma nota e a sua sucessora/antecessora imediata existe 1/2 tom (meio tom).  Isso é uma definição também, será importante mais para frente. Como exemplo, de C para C# temos 1/2 tom. de Ab para Bb temos 1 tom (1/2 + 1/2), e assim por diante.

Como exercício, aprenda as notas e sua sequência nos dois sentidos, indo e voltando. Você precisará dessa sequência na cabeça para o próximo post.

Por enquanto é isso. Até mais...



sexta-feira, 27 de abril de 2012

Capítulo 0 - Apresentação



Bem, esse blog é um relato do meu estudo de música e sanfona, que pode servir como base para mais pessoas que se interessem no assunto. Não sou professor, e como esse instrumento não possui informações tão fartas como guitarras, por exemplo, vou postar informações do que venho aprendendo, estudando e os resultados alcançados, de repente montamos uma comunidade legal ao redor do assunto. Espero que seja de utilidade para alguém. 


Até o próximo post.